Palavra da Gestão

Panorama Geral

Em abril, o governo federal anunciou novas regras para o programa Minha Casa, Minha Vida entre elas, a criação da Faixa 4, que foi também aprovado pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com o objetivo de atender uma parcela da população que até então não era contemplada: famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A medida representa uma ampliação significativa do escopo do programa, tradicionalmente voltado para famílias de baixa renda, e agora passa a incluir também a classe média.

A nova faixa permite o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil, com taxas de juros anuais de 10,5% — um patamar mais atrativo do que os praticados no mercado para esse perfil de renda. O financiamento pode ser feito em até 420 meses (35 anos), com possibilidade de utilização do saldo do FGTS para entrada ou amortização das parcelas. Apesar de não prever subsídios diretos como ocorre nas faixas mais baixas do programa, o acesso a crédito com condições mais facilitadas representa um estímulo relevante para aquisição da casa própria por essa faixa de renda.

Estima-se que mais de 120 mil famílias possam ser beneficiadas com a Faixa 4, o que pode resultar em um volume de crédito superior a R$ 60 bilhões, considerando o teto de valor por imóvel. A Caixa Econômica Federal iniciou a operação da nova modalidade em maio de 2025, ampliando de forma substancial o público atendido pelo MCMV. A iniciativa chega em um momento de recuperação do setor de construção civil, que em 2024 cresceu 5,1%, acima da média do PIB nacional, de 3,8%.

Para o mercado imobiliário, a medida representa uma ampliação estratégica do público-alvo, principalmente em regiões metropolitanas, onde há forte demanda por imóveis com valores acima dos limites anteriores do programa. A inclusão da classe média tende a dinamizar lançamentos residenciais, aumentar o volume de vendas e atrair investimentos para projetos voltados a esse segmento. Além disso, a possibilidade de financiar 100% do valor do imóvel, com apoio do FGTS, pode reduzir barreiras de entrada para novos compradores, impulsionando a absorção de estoques e promovendo maior previsibilidade para incorporadoras e construtoras.

Nesse contexto, a Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida não apenas amplia o acesso à moradia, mas também se posiciona como um vetor relevante de crescimento para o setor da construção civil e para o mercado imobiliário, abrindo novas oportunidades de investimento e expansão nos próximos trimestres.