Palavra da Gestão

Breve do Mercado de Fundos Imobiliários

Após uma recuperação das perdas do início do ano, o IFIX registrou um mês de robusta valorização (+6,14% aos 3.313,09 pontos), sendo a maior alta mensal desde dezembro de 2021 (quando IFIX subiu +8,78% no mês) e com isso acumulando alta de 6,30% no ano, assim como recuperando da queda registrada desde setembro até janeiro. Após o longo período de cinco meses de quedas consecutivas do IFIX, essa recuperação reflete uma redução das incertezas em relação ao ciclo de alta da Selic e uma reavaliação dos riscos associados ao fundamento dos ativos imobiliários reais. Acreditamos que a retomada refletiu o maior peso das análises fundamentalistas, que passaram a evidenciar o descolamento entre preços de mercado e seu valor intrínseco do ativo imobiliário. Muitos ativos vinham sendo negociados com descontos expressivos em relação ao valor patrimonial, muito em função de um custo de oportunidade elevado. Esse movimento, combinado ao forte ajuste de preços observado nos meses anteriores, elevou os dividend yields a patamares atrativos, reforçando o apelo dos fundos imobiliários para investidores em busca de renda.

Os maiores ganhos no mês foram registrados para Híbridos, shoppings, logísticos, escritórios, Hedge Funds (multiestratégia), seguidos por recebíveis, já os Fundos de Fundos (FoFs) e varejo tiveram desempenho abaixo do IFIX. Com a recuperação acima mencionada no acumulado do ano, os setores de ativos financeiros são os destaques de alta, com um forte desempenho positivo (+9,3%), superando o benchmark. Apesar de um cenário macroeconômico bastante desafiador, seja no âmbito doméstico ou internacional, que naturalmente eleva a aversão ao risco, o elevado desconto em relação ao valor patrimonial e os atrativos níveis de dividend yield têm se destacado como pontos de atenção para alocadores mais criteriosos, sustentando o interesse por FIIs mesmo em um ambiente adverso.

Gostaríamos de compartilhar uma atualização sobre o atual panorama dos mercados de Lajes Corporativas, com base nos dados da SiiLa referentes ao 1° trimestre de 2025. Observamos uma continuidade das negociações abaixo do valor patrimonial no mercado secundário, sendo que apresenta um deságio mais significativo comparado com outros setores de tijolo, o que tem se refletido em um cenário desafiador para seus cotistas, mas também potencial para correções de preço à medida que o mercado se ajusta.